sexta-feira, 2 de setembro de 2011 7 comentários

Interrogação


      Parar para pensar às vezes pode até ser cansativo, mas é necessário. Isolar-se, e criar um momento aonde só você e a sua consciência dialogam, uma ocasião para colocar todos aqueles problemas em questão, e tentar resolvê-los. Minha vida vem tomando um rumo totalmente diferente do que eu esperava. Criei expectativas diversas que no final, não deram resultado. Conheci muitas pessoas que passaram na minha frente num piscar de olhos, e logo sumiram sem deixar um rastro de comparecimento. Desperdicei chances que a vida me ofereceu sem nem ao menos tentar usá-las. Errei, menti, julguei, sofri, chorei. Argumentei sobre assuntos os quais nem ao menos tinha conhecimento. Comprei e joguei fora. Gastei com inutilidades. E um dos motivos que mais vem me fazendo questionar ultimamente, é a futilidade. Nesse mundo tão materialista, venho me perguntando onde está o sentimentalismo. As pessoas não se preocupam mais em deitar em baixo da arvore e ler um bom livro, não gastam mais dinheiro com quadros, obras de artes, para colocar nas suas paredes vazias de casa. Jogam fora àqueles vinis tão raros de se encontrar hoje em dia. Não dão valor a um abraço de saudade do avô. Justificam a ausência com lembrancinhas e presentes. Gastam, compram, reclamam. Não escutam mais bandas e cantores pela sua essência e magnitude, mas pela sua imagem. Não criam, somente copiam.
E apesar de tudo, eu acredito na mudança. Confio que ainda existem religiões de diversos lugares que prezam pela alma e amor, e não pelo dinheiro. Confio que existam músicos que compõem com aquela paixão interior pela musica que só eles entendem. Confio que o preconceito seja amenizado em todos os lugares, e que a arte continue impressionando qualquer tipo de ser humano. Confio que o homem seja menos atroz, e mais humano. Confio na minha geração, confio na geração passada, e nas próximas gerações que virão.               Confio na capacidade do homem de ver a felicidade nos momentos mais simples, pois esses são os que penduram em nossa memória até o fim. Confio na simplicidade de palavras e gestos, e que estas valham muito mais do que qualquer presente ou dinheiro. Confio no respeito mútuo, na solidariedade e na consideração. E deixe de alguma forma, a sua marca nas pessoas, na terra, e na sua existência, porque que graça há na vida, se não fazemos dela uma conquista?
 
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