Parar para pensar às vezes pode até ser cansativo, mas é
necessário. Isolar-se, e criar um momento aonde só você e a sua consciência dialogam,
uma ocasião para colocar todos aqueles problemas em questão, e tentar
resolvê-los. Minha vida vem tomando um rumo totalmente diferente do que eu
esperava. Criei expectativas diversas que no final, não deram resultado.
Conheci muitas pessoas que passaram na minha frente num piscar de olhos, e logo
sumiram sem deixar um rastro de comparecimento. Desperdicei chances que a vida
me ofereceu sem nem ao menos tentar usá-las. Errei, menti, julguei, sofri,
chorei. Argumentei sobre assuntos os quais nem ao menos tinha conhecimento.
Comprei e joguei fora. Gastei com inutilidades. E um dos motivos que mais vem
me fazendo questionar ultimamente, é a futilidade. Nesse mundo tão
materialista, venho me perguntando onde está o sentimentalismo. As pessoas não
se preocupam mais em deitar em baixo da arvore e ler um bom livro, não gastam
mais dinheiro com quadros, obras de artes, para colocar nas suas paredes vazias
de casa. Jogam fora àqueles vinis tão raros de se encontrar hoje em dia. Não
dão valor a um abraço de saudade do avô. Justificam a ausência com
lembrancinhas e presentes. Gastam, compram, reclamam. Não escutam mais bandas e
cantores pela sua essência e magnitude, mas pela sua imagem. Não criam, somente
copiam.
E apesar de tudo, eu acredito na mudança. Confio que ainda
existem religiões de diversos lugares que prezam pela alma e amor, e não pelo
dinheiro. Confio que existam músicos que compõem com aquela paixão interior
pela musica que só eles entendem. Confio que o preconceito seja amenizado em
todos os lugares, e que a arte continue impressionando qualquer tipo de ser
humano. Confio que o homem seja menos atroz, e mais humano. Confio na minha
geração, confio na geração passada, e nas próximas gerações que virão. Confio
na capacidade do homem de ver a felicidade nos momentos mais simples, pois esses
são os que penduram em nossa memória até o fim. Confio na simplicidade de
palavras e gestos, e que estas valham muito mais do que qualquer presente ou dinheiro.
Confio no respeito mútuo, na solidariedade e na consideração. E deixe de alguma
forma, a sua marca nas pessoas, na terra, e na sua existência, porque que graça
há na vida, se não fazemos dela uma conquista?